SP Escola de Teatro

Energia urbano no Ateliê Temático

“O nada da vida está virando dramaturgia. O programa televisivo Big Brother explica esse fenômeno social. Esse ser sem máscara cansou do anonimato e também quer ser protagonista. Assim, o sintoma do homem comum entra no centro da cena”, afirma Claudia Schapira, dramaturga, diretora e atriz convidada para o Ateliê Temático da SP Escola de Teatro, em encontro com os aprendizes de dramaturgia na manhã de terça-feira, dia 11 de maio.

 

Formada pela Escola de Arte Dramática da USP e na FAAP em Rádio e Televisão, participou de peças teatrais como “Acordei Que Sonhava”, onde recebeu três indicações ao prêmio Shell. Escreveu “Bartolomeu, Que Será Que Deu Nele?” e dirigiu “Nijinsky- Divino Bufão”, em parceria com Rossella Terranova.

 

“Sou uma pessoa urbana. Nasci em Buenos Aires e me adaptei muito bem na cidade de São Paulo. Ser urbana me fez ver a beleza no hip hop e no garoto que anda de skate na paulista em vez de surfar na praia”, afirma Schapira.

 

O hip hop e todos os elementos que cercam essa cultura, como break, grafite, DJ e Rap, alimentam a criação da dramaturga. Em 1999, ao lado do DJ Eugênio Lima, criou o grupo Bartolomeu, investindo na oralidade ritmada e na poética musical, retratando as contradições da metrópole.

 

“Defino a minha dramaturgia como Dramaturgia Cênica, pois ela só faz sentido quando vai para a cena. O que se impõe para o meu trabalho é a urgência de se dizer alguma coisa numa metrópole onde todos são omissos com o ser humano jogado no chão, doente”, conclui Schapira.

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