Importante evento para as Artes Cênicas no Brasil, o Festival de Curitiba chega à sua 25ª edição, que ocorre entre 22 de março e 3 de abril de 2016. Pela primeira vez, a curadoria é assinada pelos artistas Guilherme Weber e Márcio Abreu, que têm relações íntimas com a capital paranaense — enquanto o primeiro nasceu na cidade, o segundo instalou ali seu grupo, a Companhia Brasileira de Teatro.
A direção do festival continua sendo assinada por seu criador, Leandro Knopfholz, que é, também, vice-presidente do Conselho de Administração da Associação dos Artistas Amigos da Praça, entidade responsável pela criação e gestão da SP Escola de Teatro — Centro de Formação das Artes do Palco.
Grace Passô em “Grãos da Imagem: Vaga Carne”
Entre os destaques do evento estão quatro estreias nacionais, sendo duas delas de grupos curitibanos: “Nuon”, da Ave Lola Trupe de Teatro, e “La Cena”, montagem na qual a G2 Companhia de Dança mescla teatro à arte do movimento. O coletivo carioca Miúda também estreia trabalho em dança, “MÓ — Dramaturgias em Dança e Desenhos de Comunidade”. A quarta peça inédita é “Grãos da Imagem: Vaga Carne”, em que a mineira Grace Passô assina texto, direção e atuação.
Linhas curatoriais
Além do foco nas estreias, a curadoria selecionou espetáculos por meio de diversas linhas de pensamento. Uma delas é a de montagens que expressam visões sobre o Brasil, debruçando-se sobre nossa história, gente, identidade e subjetividade. É o caso de “Eles Não Usam Tênis Naique”, da carioca Companhia Marginal, “Cabras — Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam”, da paulistana Cia. Teatro Balagan, e “Caranguejo Overdrive”, também do Rio. Tanto “Cabras” quando “Caranguejo” estão em cartaz em São Paulo. “Cidade Vodu”, pela do Teatro de Narradores que estreia em março na Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, também entra neste recorte.
Cena de “Cabras”
O teatro autobiográfico tem seus representantes no evento, como a performance “Why the Horse?”, que teve temporada de sucesso em São Paulo após ter sido criada em residência na SP Escola de Teatro. O ator Paulo Betti narra suas memórias de juventude em “Autobiografia Autorizada”. Álamo Facó e Matheus Nachtergaele homenageiam suas mães com “Mamãe” e “Processo de Conscerto do Desejo”, respectivamente.
Os clássicos também têm seu espaço, principalmente pelo marco dos 400 anos da morte de William Shakespeare. O bardo está representado pelas montagens de “Macbeth”, “Mediada por Medida” (ambas dirigidas por Ron Daniels” e “Hamlet”, parceria do coletivo Irmaõs Guimarães e da Cia. Inutilezas. O premiado “Um Bonde Chamado Desejo”, de Rafael Gomes, engrossa o caldo dos clássicos ao lado de peças como o musical idealizado por Claudio Lins “O Beijo no Asfalto”, texto de Nelson Rodrigues com direção de João Fonseca.
Eventos simultâneos
Além dos 35 espetáculos da Mostra, o Festival de Curitiba também contempla o Fringe, espaço aberto às companhias interessadas, sem interferência curatorial. Este anos, são mais de 300 montagens em cartaz, sendo 43 delas nas ruas ou em espaços abertos da cidade. O Gastronomix (com atrações gastronômicas), o Mish Mash (com programação para a família), o Guritiba (com peças voltadas para o público infantil) e o Risorama (com apresentações de Stand Up Comedy) complementam as outras atrações do Festival.
Serviço
25º Festival de Teatro de Curitiba
De 22 de março a 3 de abril de 2016
Em diversos endereços de Curitiba
Preços
Mostra 2016 – de R$30 a R$70
Fringe – de R$6 a R$60
Risorama – R$70
Mish Mash e Guritiba – R$40
Gastronomix – R$12 (não consumíveis)
Ingressos disponíveis nas bilheterias dos shoppings Müeller, Palladium, Barigui e Pátio Batel, em Curitiba. Em breve pelo site do Festival de Curitiba.
