SP Escola de Teatro

Em intercâmbio no Chipre, aprendizes participam de montagem sobre o feminino

Aprendizes cursam Atuação e Humor na SP Escola de Teatro. Foto: Bruno Galvíncio/SP Escola de Teatro

 

Ampliar olhares e percepções sobre o fazer teatral através da troca de experiência e da vivência com outras culturas. Esses são alguns dos caminhos que as aprendizes Carol Rodrigues, Clara Cury, Thaís Rossi e Vitória Carine trilharão nos próximos dias. Elas viajam nesta terça-feira (18) para o Chipre, em intercâmbio oferecido pela parceria da SP Escola de Teatro com a Universidade das Artes de Folkwang, na Alemanha.

 
Carol, Clara, Thais e Vitória fazem parte das turmas de Atuação e Humor da Escola. Elas foram selecionadas pelo edital de intercâmbio lançado no ano passado pela instituição. No país europeu até 14 de maio, as aprendizes participam do processo de montagem de “Lisístrata”, de Aristófanes, com direção do inglês Brian Michaels.
 
Além das quatro brasileiras, o elenco da peça é formado por mais quatro atrizes nigerianas, quatro do Chipre e quatro estudantes de jazz da Universidade de Folkwang. “Viver e trabalhar por algumas semanas com essas mulheres vindas de tantas culturas distintas (Grécia, Turquia, Nigéria e Alemanha) por si só já valeria a experiência. Embarco com vontade de sentir a força e a fragilidade de cada uma, o que é do ser humana, o que é do ser mulher, o que é do ser social”, conta Clara. 
 
“Sinto que já se iniciou um processo de confiança a partir de textos que compartilhamos entre as atrizes sobre nossos universos femininos pessoais. Pequenos segredos que dividimos e assim já somos um pouco confidentes umas das outras.”
 
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As atrizes brasileiras foram selecionadas após três dias de testes e ensaios com Michaels, em São Paulo, no ano passado. “Gostei muito da forma de trabalho do Brian e da preocupação e respeito pelas nossas individualidades. O diretor não propôs uma audição; pelo contrário, ele quis passar o máximo possível de tempo com a gente, quis conhecer nossa realidade, nossa relação com o tema, como pensávamos e víamos o mundo”, lembra Thais Rossi.
 
Baseado nas vivências femininas, “Lisístrata” será também para as atrizes, segundo elas, uma experiência não só no campo artístico como no campo social de empoderamento feminino. “Conversamos muito sobre o que é ser mulher para depois passarmos pelo trabalho físico, que foi muito intenso. Brian tem uma condução muito instigadora e a forma com a qual ele trabalha nos levou, em poucos dias, a lugares muito interessantes. A experiência com certeza será transformadora no campo estético e sensorial, enquanto artista e mulher”, destaca Vitória Carine.
 
Para Vitória, o fato de o elenco ser formado “por mulheres com histórias singulares, crescidas em culturas diferentes e vivendo sob o mesmo regime de opressão estrutural de gênero (portanto, vivendo essa experiência coletiva) irá gerar muitas reflexões e um trabalho muito bonito”. “Quero trazer essa experiência pra compartilhar com as mulheres daqui, pra que a gente fomente ainda mais a discussão da opressão de gênero”, diz a atriz.
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