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Drama metafísico ‘A Decadência dos Seres não Abstratos’ estreia em janeiro na Roosevelt

Publicado em: 06/01/2020 |

Produção luso-brasileira, fruto da parceria entre a SP Escola de Teatro e a Escola Superior Artística do Porto, de Portugal, a peça “A Decadência dos Seres não Abstratos” abre a temporada 2020 de residências na instituição paulista, ligada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo e gerida pela Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap). A montagem fica em cartaz de 17 de janeiro a 17 de fevereiro, na sala Alberto Guzik, na unidade Roosevelt, com sessões de sexta a segunda, e ingressos a R$ 30 e R$ 15 (meia).

No sábado (8/2), o dramaturgo Marcio Aquiles, o diretor Higor Lemo e o convidado Antonio Duran (dramaturgista do Teatro da Vertigem) batem um papo com os convidados logo após a peça.

O espetáculo é construído em dois territórios paralelos, o transcendental e o empírico. No primeiro, vemos um diálogo entre Matemática, Arte e Filosofia, que questionam sobre sua origem e autonomia como entidades etéreas, num momento em que estão em conflito com os Humanos. No segundo, uma artista visual sentada, há 11 anos, em frente a uma tela em branco, abalada por tormentos internos e sua família disfuncional. Personificados em criaturas siamesas, Espaço e Tempo surgem para perturbar o sistema natural.

A dramaturgia surge a partir da união de duas peças curtas, contidas na obra “O Esteticismo Niilista do Número Imaginário” (É Realizações, 2013), do escritor e dramaturgo Marcio Aquiles.

O espetáculo tem sua concepção no início de 2019, após a diretora portuguesa Luisa Pinto escolher encenar o texto no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), no Porto. Com um elenco de 20 atores, formado por estudantes da Escola Superior Artística do Porto, a montagem teve estreia em maio de 2019 em Portugal.

“São duas narrativas, duas perspectivas diferentes sobre o mesmo tema, que se apresentam em dois planos, como se de um filme se tratasse. Duas realidades distintas que acabam por se intersectar. Cada uma das relações é, simultaneamente, de interdependência e rivalidade, de influência mútua e de competição, de desamor, de vida e de morte. Esta proposta joga-se na hibridez entre o palco e a tela, transpondo barreiras entre o real e o imaginário. Duas realidades distintas que acabam por se intersectar”, de acordo com a encenadora portuguesa.

No segundo semestre de 2019, a diretora foi convidada para participar das Satyrianas, em São Paulo, passando a desenvolver, com o apoio do diretor Higor Lemo, uma nova versão para a montagem, dessa vez com elenco brasileiro.

“Este trabalho apresenta grande intersecção das artes cênicas com as artes visuais. Trabalhar com essa característica bastante peculiar para um espetáculo teatral é desafiador e maravilhoso, somado a isso, a dramaturgia traz outra camada bastante complexa, com uma narrativa filosófica que, a priori, distancia o discurso do nosso cotidiano, contudo nos aproxima ao falar tão clara e diretamente da nossa atual condição de ser humano. ‘A Decadência dos Seres Abstratos’ é uma rica oportunidade para não respondermos perguntas, e sim para formularmos questionamentos sobre nós”, afirma Lemo.

Depois das passagens pelos festivais, o espetáculo estreia para temporada de 20 apresentações na SP Escola de Teatro.

O dramaturgo ressalta a importância de textos alegóricos também ganharem a cena nesse momento histórico. “Não há dúvidas, ainda mais neste contexto nefasto, da importância de peças políticas, panfletárias ou em defesa explícita de assuntos identitários. Contudo, o teatro abstrato jamais deixou de ter a sua relevância no mundo, devido a sua capacidade de elevar o pensamento a outros níveis de significação. A ficção pura e simples, seja dramática, literária ou cinematográfica, jamais perderá a sua relevância social, uma vez que cidadãos também precisam de espaço para hedonismo e devaneio, que também não deixam de ter, e muita, reverberação no campo político.”

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Onde: Sala Alberto Guzik. Unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro (praça Roosevelt, 210)

Quando: Sex., às 21h; sáb. e dom., às 19h; seg., às 21h. De 17/1 a 17/2

Quanto: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada) – à venda na bilheteria do teatro e no site sympla.com.br

Duração: 60 minutos

Quantidade de lugares: 60 lugares

Classificação: 14 anos

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