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Criação e produção coletiva em debate

Publicado em: 28/08/2013 |

Na noite de ontem (27), a 8ª mesa do colóquio “O que é pedagogia do teatro?” reuniu os diretores Chico Pelúcio, do Centro Cultural Galpão Cine Horto, de Minas Gerais, e Marcio Abreu, diretor artístico e fundador da Companhia Brasileira de Teatro, de Curitiba. Eles debateram o tema “A pedagogia no teatro de grupo I”.

Sob a mediação da Prof.ª Dr.ª Ingrid Dormien Koudela, livre-docente da ECA-USP e que também responde pela curadoria do evento, o encontro voltou seu foco para a importância do coletivo teatral. Marcio Abreu foi o primeiro a falar. Ele recordou o início de sua formação, nos anos 90, na capital paranaense, numa época em que, segundo ele, era parco o universo dos grupos teatrais. “Praticamente, só existia o Teatro Guaíra”, lembrou.

O ator, diretor e dramaturgo contou que não consegue dissociar o teatro da política, exatamente pelo teatro de grupo que acabou sendo a força motriz de sua formação. “A experiência em grupo leva, inevitavelmente, a uma experiência política”, observou.

Depois, foi a vez de Chico Pelúcio discorrer sobre sua trajetória à frente do Grupo Galpão, de Minas Gerais, do qual é um dos fundadores. “A ideia da coletividade permite a possibilidade de planejamento. Por exemplo, com o Galpão, iniciamos um estudo de commedia dell’arte, no final dos anos 80, início dos anos 90, que culminou com a montagem de ‘Romeu e Julieta’, em 1992”, disse.

Em comum, Marcio e Chico atentam para o fato de o teatro de grupo poder determinar a continuidade. “Ele permite o pensamento do teatro ao longo do tempo, para além do aqui e do agora”, afirmou o diretor da Companhia Brasileira de Teatro.

O debate sobre “A pedagogia no teatro de grupo” continua com a 9ª mesa, que acontece neste sábado (31), às 12h30, com o diretor Fernando Neves, do grupo Os Fofos Encenam, e o diretor artístico, integrante e fundador do grupo potiguar Clowns de Shakespeare, Fernando Yamamoto.

Sobre os participantes da 9ª mesa
Fernando Neves

Integrante do grupo Os Fofos Encenam, fundado em 1992, no curso de Artes Cênicas da Unicamp, é diretor teatral, ator, coreógrafo e bailarino. Descendente de família circense, desenvolve, atualmente, pesquisa sobre a estética do circo-teatro. Como ator, trabalhou em mais de 20 espetáculos, sob a direção de Marcio Aurelio, Gabriel Villela, William Pereira, Francisco Medeiros, Maurice Vaneau, Carlos Alberto Soffredini e Marco Nanini, entre outros. Dentre os prêmios que já recebeu estão: Governador do Estado (1988), na categoria melhor ator, pelo espetáculo “Lampião e Maria Bonitinha no Reino do Divino”; Festivale, na categoria melhor diretor (“A Mulher do Trem”), e, em 2004, o Prêmio Qualidade Brasil de melhor ator em “Assombrações do Recife Velho”.

Fernando Yamamoto

Diretor artístico, integrante e fundador do grupo de teatro Clowns de Shakespeare, formado em 1993, em Natal (RN). Arquiteto de formação, tem especialização em Ensino do Teatro, ambos pela UFRN. O Clowns de Shakespeare vem desenvolvendo um trabalho de pesquisa teatral com foco na construção da presença cênica do ator, musicalidade da cena e do corpo no teatro popular, sempre numa perspectiva colaborativa. A companhia traz importantes conquistas que lhe conferem uma posição de referência na cena potiguar e nordestina: passou por mais de 80 cidades de 21 Estados e participou de alguns dos mais importantes festivais brasileiros. Com o espetáculo “Sua Incelença, Ricardo III”, o grupo foi convidado para participar do Festival Santiago a Mil, no Chile, em 2012, e do Festival Tchecov, em Moscou, em 2013.

Ingrid Dormien Koudela
Livre-docente e professora do Curso de Pós-Graduação em Artes Cênicas na ECA/USP. Docente do Curso de Licenciatura em Teatro da Uniso (Universidade de Sorocaba). Autora de “Jogos Teatrais” (Ed. Perspectiva, 2011), é tradutora e introdutora do sistema de Jogos Teatrais de Viola Spolin no Brasil. Pesquisadora de Bertolt Brecht, publicou os seguintes livros de sua autoria: “Brecht — Um Jogo de Aprendizagem” (2007); “Um Voo Brechtiano” (1992); “Texto e Jogo” (2010) e “Brecht na Pós-Modernidade” (1996), todos pela Perspectiva. Organizadora do volume “Heiner Müller — O Espanto no Teatro” (Perspectiva, 2003). Com o Prof. Dr. Jacó Guinsburg, publicou a tradução da obra de Georg Büchner, “Georg Büchner — Na Pena e na Cena” (Perspectiva, 2004), indicado ao Prêmio Jabuti, em 2005.

Sobre o colóquio
O colóquio propõe a organização de temas, a serem debatidos por especialistas, com a proposta de ser um instrumento de trabalho da Pedagogia do Teatro. Os assuntos, que se estenderão até o final deste ano, serão debatidos em 13 mesas, que vão enfocar a Pedagogia do Teatro, na prática e na teoria.

Serviço
Colóquio: “O Que é a Pedagogia do Teatro?”

Mesa 9: “A pedagogia no teatro de grupo II”
Com Fernando Neves e Fernando Yamamoto
Quando: Sábado (31), das 12h30 às 14h30

Onde: SP Escola de Teatro – Sede Roosevelt
Praça Roosevelt, 210 – Consolação
Tel. (11) 3775-8600
Grátis
 

 

Texto: Esther Chaya Levenstein