SP Escola de Teatro

Centenário da Morte de August Strindberg

Em homenagem aos cem anos da morte do dramaturgo sueco August Strindberg (1849-1912), um dos maiores nomes da dramaturgia mundial, a Mostra Strindberg disseca a vida e a obra desse ícone teatral. Até 27 de outubro, uma programação especial em homenagem ao autor acontece nas unidades Sesc do Belenzinho, Bom Retiro, Ipiranga e Santo Amaro. São espetáculos teatrais (quatro montagens inéditas, três reestreias e um work in progress), vivência, uma exposição, seis leituras dramáticas e quatro debates com mediação de Denise Weinberg. A curadoria é de Nicole Cordery (mestre em Strindberg na Sorbonne Nouvelle, em Paris, com orientação do teórico e dramaturgo francês Jean Pierre Sarrazac) e Flavio Barollo, ator e produtor da Cia. Mamba.

Dos palcos cariocas chega “Julia”, uma adaptação de “Senhorita Julia”. Christiane Jatahy levou o Prêmio Shell na categoria de Melhor direção pelo espetáculo. Três montagens foram feitas especialmente para a Mostra: “A Mais Forte”, com direção de Eduardo Tolentino (peça curta, de 15 minutos, de Strindberg); “O Livro da Grande Desordem e da Infinita Coerência”, de Andre Guerreiro (montagem que une fragmentos da peça O Sonho e do romance autobiográfico Inferno), e “A Noite das Tríbades”, de Per Olov Enquist, mais uma produção do Grupo Tapa com a coordenação de Tolentino, que visa formar novos diretores, como é o caso de Malu Bazan, responsável pela encenação. Na peça, Strindberg é colocado como um personagem. O autor e sua mulher, Siri Von Essen, tentam ensaiar “A Mais Forte” em um teatro decadente de Copenhague.

As reestreias ficam por conta de “Credores”, do Grupo Tapa, com direção de Eduardo Tolentino (um casal tem um relacionamento abalado com a chegada de um estranho); “Brincando com Fogo”, dirigido por Nelson Baskerville (uma comédia do autor, que questiona o casamento convencional), e “Strindbergman”, de Marie Duplex (trama que propõe um diálogo entre a peça “A Mais Forte” e o filme “Persona”, de Ingmar Bergman).

Outras obras de Strindberg podem ser conferidas em leituras dramáticas, como “After Miss Julie”, dirigida por Zé Henrique de Paula; “Cristina”, por Felipe Vidal; “O Sonho”, com direção do  Uzyna Uzona (antigo Oficina); “Dança da Morte”, por Alexandre Tenório; “Rumo a Damasco”, por Luiz Fernando Marques, do Grupo XIX, e “Crimes e Crimes”, por Eduardo Tolentino de Araújo, do Grupo Tapa.




Cena de “Julia”, adaptação de “Senhorita Julia”, peça com a qual Christiane Jatahy levou o Prêmio Shell na categoria de Melhor Direção (Foto: Gui Maia/Divulgação)

Durante duas semanas, uma Vivência, aberta para o público em geral, terá como foco uma discussão de como a obra e o universo de Strindberg atingem o ser humano, especialmente com o espetáculo “O Sonho”. A atividade tem a participação do ator André Garolli e da diretora sueca Bim de Verdier, que está no Brasil exclusivamente para o evento. A exposição de Julio Dojcsar tem oito escrivaninhas que contarão a vida do dramaturgo a partir de suas obras mais importantes.

Clique aqui para conferir a programação completa.

A importância de Strindberg
Strindberg é considerado o pai do teatro moderno. Viveu numa época de efervescência. Presenciou momentos importantes, como o surgimento da psicanálise de Sigmund Freud, a eclosão dos movimentos socialistas. Um período de revoluções que ele incorporou em suas obras. Inseriu quebras de tempo e espaço na narrativa de suas peças, elementos que mudaram a maneira de fazer teatro, além de ter criado tramas que mergulham diretamente nas relações humanas.




 
Texto: Majô Levenstein

 

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