O Salão Nobre do Theatro Municipal sedia, hoje (12), às 19h, uma reunião do Movimento Sbat – 100 anos 1917-2017, que pretende fazer com que a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais chegue ao centenário com as contas saneadas. O encontro reunirá artistas para conversar com o diretor Aderbal Freire-Filho – que assumiu a instituição em 2004, ao lado de Alcione Araújo, Ziraldo e Millôr Fernandes, na tentativa de reabilitá-la.
Participarão do evento Hugo Possolo, Celso Frateschi e Mário Viana, além de Ivam Cabral e Lauro Cesar Muniz, respectivamente diretor executivo da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco e membro do conselho de administração da Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), organização que gere a Escola.
A Sbat foi fundada em 1917, com a missão de zelar pelos direitos do autor, difundir a dramaturgia e estimular a atividade autoral realizando plenamente sua vocação de centro cultural da dramaturgia no País. Nos últimos anos, gestões classificadas pelos próprios membros da sociedade como incompetentes e fraudulentas, levaram o grupo a uma situação extremamente difícil, quase sem saída.
Buscando uma resposta para esta situação, o diretor Aderbal Freire-Filho vai aproveitar a estreia da peça “Jacinta”, em São Paulo, para conversar com a classe teatral paulista.
A sociedade em crise
A SBAT foi fundada em 1917 por obra de Chiquinha Gonzaga que via suas composições se difundindo pelo País e até pelo mundo sem que houvesse nenhum pagamento por isso. Seu primeiro presidente foi João do Rio e contou com Viriato Correia para secretariar e assinar a Ata de Fundação no dia 27 de setembro de 1917.
Em seus tempos áureos, a Sociedade Brasileira de Autores (Sbat) reunia e oferecia suporte aos maiores dramaturgos do País, além de servir de espaço para troca de ideias e fomento do ofício. Entretanto, o rumo das coisas começou a se alterar após várias fraudes, que enfraqueceram a imagem da instituição e causaram a saída de muitos associados.
Há alguns meses, Aderbal, que recentemente tornou-se conselheiro da SP Escola de Teatro, veio a público esclarecer algumas das razões da crise e afirmou até já ter dado R$ 100 mil, de seu próprio bolso, para salvar o futuro da Sbat. “R$ 10 milhões, valor que se gasta para montar um musical, salvariam a Sbat! Pagariam as dívidas e a deixariam com uma margem. Mas sou o comandante de um navio que está naufragando. Estou sozinho no leme”, disse.
Na ocasião, a SP Escola de Teatro também sediou encontros entre Aderbal e Ivam Cabral, Lauro César Muniz e o advogado Dinovam Dumas de Oliveira, que chegaram a criar a Aasbat (Associação de Amigos da Sbat), como forma de contribuir para reerguer a sociedade.
Em abril deste ano, no Rio de Janeiro, o diretor reuniu a classe teatral no Teatro Ipanema e pediu apoio à causa para que a instituição não fechasse as portas. Surgiu ali, com a maioria que se prontificou a ajudar, o Movimento Sbat – 100 anos 1917-2017, que pensa “uma organização para o futuro que viverá não somente da arrecadação dos direitos teatrais, mas também dos direitos audiovisuais, devolvendo a ela o seu papel de pólo irradiador de cultura”.
“Nosso objetivo é fazer o mesmo em São Paulo: uma reunião para esclarecer as razões para que a classe teatral paulista participe também desta luta. Para isso preparamos um encontro num espaço simbólico para a cultura brasileira, a agregação com toda a categoria, dia 12/08. A SBAT É NOSSA, VAMOS RECUPERÁ-LÁ!!!”, diz uma carta divulgada pelos artistas que organizam o evento.
Serviço
Movimento Sbat – 100 anos 1917-2017
Quando: Hoje (12), às 19h
Onde: Salão Nobre do Theatro Municipal
Praça Ramos de Azevedo, s/nº — Centro
Grátis
Texto: Felipe Del