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Aprendizes em Foco – Nadja Fernandes de Moraes

Publicado em: 28/06/2010 |

No curso de Humor, eu percebo que aprendo a desenvolver muito mais um tipo de raciocínio,  ou um olhar sobre o mundo, do que uma técnica que me torne somente uma profissional. Aqui, são trazidas reflexões que levo para toda vida. Muitas vezes nem pela identificação do que vejo ou aprendo, mas, às vezes, até mesmo pelo caminho do desconforto.

Com meus formadores, sou muito incentivada a duvidar, questionar e mudar de idéia, quantas vezes forem necessárias, que talvez seja a única coisa que realmente faça algum sentido na vida. Para que “lá fora”, no caminho artístico escolhido por cada um, a gente possa seguir um modelo que escolhemos com muito orgulho ou ir justamente contra novas linguagens. E, quem sabe,  não criar uma nova escola?

Pois assim teremos coragem de ir mais longe e não seremos somente mais um na “classe teatral”. E, mesmo que o fazemos não tenha sentido pra ninguém, fará sentido para nós. Uma escola só é boa quando te liberta. E ninguém “se forma” em uma instituição,  num período exato e programado, já que nem uma planta ou flor têm hora certa para desabrochar.

Qualquer pesquisa só tem valor se aliada à vivência, desde pesquisas individuais até os pequenos atos do cotidiano, que vão nos transformando dia a dia na pessoa  que queremos ser. Não dá para pular etapas nem aprendê-las em livros. Quando vejo um grande artista, percebo que ele se revela como tal também fora dos palcos. O que torna sua arte muito mais bela, e mais difícil.

Que possamos encontrar nosso próprio caminho em meio a tantas trilhas já percorridas, quando ainda há tantos outros para serem desbravados. Que possamos encontrar nossa própria forma de sermos grandes artistas, sem que para isso tenhamos que nos encaixar em alguma “fôrma”.
 

Saiba mais

Nadja Fernandes de Moraes iniciou seus estudos no Projeto Parceiros do Futuro, aos 16 anos. Desde então, desenvolve uma pesquisa sobre o nariz do palhaço como código para a criação.


Em 2004, com o coletivo “Os Alcachofras” ganhou o prêmio de melhor Grupo no Festival de Teatro do SESC Osasco. Em 2009, concluiu o curso de formação de palhaços do Projeto Doutores da Alegria.


Atualmente, ensaia a montagem do espetáculo “Palhaças de Chico”, com canções de Chico Buarque, que pesquisa o universo feminino através do palhaço.


A estreia está prevista para novembro.