E até agora Doregon ainda estava agitado. Explica-se: seu texto “Balada do Louco” foi encenado na noite de ontem (19), na Sede Roosevelt, por aprendizes de outros cursos. Escrita aos 16 anos, a peça discute a rixa “arte versus entretenimento”. “Eu comecei na adolescência e atuava em peças da escola. Um dia, mostrei esse texto ao meu diretor e ele disse que eu poderia trilhar o caminho da escrita para o palco”, relembra.
O tempo passou e acrescentou experiências práticas ao aprendiz. Até que em 2010 ele se mudou para São Paulo. Um ano mais tarde, integraria a turma de Dramaturgia na SP Escola de Teatro. “Eu pesquisei alguns núcleos e optei pela Escola. A oportunidade de trabalhar em conjunto com outros cursos me chamou a atenção”, conta.
O ex-aprendiz Leandro Doregon (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)
Ao longo dos dois anos que passou por aqui, Leandro foi exercitando o texto e a criação coletiva nos Experimentos. “Demorei um pouco para me adaptar, compreender a proposta da Escola e a importância da teoria. Mas, a cada Território Cultural, ia encontrando os caminhos com os outros cursos. Hoje, o que mais valorizo são esses encontros e, a partir disso, as criações que nasceram”, diz.
E num projeto pedagógico como esse, onde está a sua voz como dramaturgo? Onde está a marca de seu estilo próprio? “Olha, acredito que eu nunca consiga deixar de contar uma história. São episódios que carrego comigo, desde sempre, seja a risada da minha mãe ou uma vizinha histérica”, brinca.
E outras duas histórias de Doregon subiram ao palco neste ano. Em 17 de julho, “Metaplágio” foi encenado no projeto SP Dramaturgias e “O Que Era Pra Ser Amor”, no Espaço dos Satyros Um, nos dias 9 e 16 de dezembro.
Além de manejar a escrita, Leandro desenha e pinta. E, no momento de levar o texto para o palco, ele diz que arruma um pouco de confusão com os cenógrafos. “Quando estão produzindo o cenário, é uma tentação. Sempre acabo me intrometendo nessa área. Cenografia, produção executiva… Pode até ser um projeto para 2013”, especula.
Texto: Leandro Nunes