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A pedagogia aplicada no teatro de grupo

Publicado em: 02/09/2013 |

A pedagogia do teatro não se concretiza apenas na escola, mas também em grupos que se formam em torno de ideias e projetos em comum, gerando identidades e maneiras de trabalho singulares. Reconhecendo a importância dos coletivos, a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco dedicou duas mesas do “O que é pedagogia do teatro?” para discutir o tema.

 

A 1ª aconteceu na terça-feira (27) e, a 2ª, no último sábado (31), na Sede Roosevelt da Instituição, e reuniu os representantes de dois dos principais grupos teatrais do Brasil: o diretor, ator e pesquisador Fernando Neves, do grupo Os Fofos Encenam, e o diretor artístico, integrante e fundador do grupo potiguar Clowns de Shakespeare, Fernando Yamamoto. A mediação foi da Prof.ª Dr.ª Ingrid Dormien Koudela, livre-docente da ECA-USP e que também responde pela curadoria de todo o evento.

 

Yamamoto começou traçando um breve histórico de sua companhia que, segundo ele, “se espelha muito no tipo de formação adotado pela ‘SP’”. O coletivo foi fundado por integrantes que ainda concluíam o ensino médio, e, quando foram para a universidade, todos buscaram formações em outras áreas, como biologia, física e até arquitetura, como o próprio Yamamoto.

 

Mesa discutiu pontos importantes do teatro de grupo (Foto: André Stefano) 

 

“Nossa história é improvável em vários aspectos. Somos de Natal, um dos Estados mais pobres do País, onde existe uma cena teatral inóspita. Sustentar por mais de 20 anos um grupo com 14 pessoas vivendo disso não é muito comum”, explicou.

 

Criado em um entorno de onde não se poderia retirar muitas referências, os Clowns criaram sua própria pesquisa, trabalhando várias parcerias com artistas de outros grupos, que trazem novas contribuições. “É um processo contínuo. Temos sede de buscar esses desequilíbrios”, disse.

 

Segundo o diretor, existem duas frentes da pedagogia no coletivo: externo, com as oficinas e outras atividades para o público, e o interno, que visa a qualificação de seus próprios integrantes. 

 

Em sua vez de falar, Neves uniu sua própria história e a de sua família ao trabalho realizado pelo grupo Os Fofos Encenam, criado em 2001. Na companhia, ele é o responsável pela orientação da pesquisa de linguagem cênica do circo-teatro.

 

Descendente de família circense, o convidado, então, discorreu bastante sobre o gênero que move sua pesquisa. “Quando falo de circo-teatro tem a primeira parte, que é de variedades; e a segunda, de teatro, composta por melodrama e vaudeville”, comentou.

 

Detalhes como os tipos de personagens e a estrutura narrativa do gênero foram abordados por Neves, que também tem se voltado para o estudo do temperamento e a parte psicológica do ator. “Só pude desenvolver esse trabalho sobre o circo-teatro e o artista popular porque tenho a companhia. Nós que fazemos tudo ali, não chamamos ninguém de fora. Tem essa improvisação que vem do circo”, afirmou, antes de definir a si mesmo como “um gigolô do circo”.

 

Após as falas dos dois participantes, o debate foi aberto para as perguntas do público. 

 

O próximo encontro do Colóquio acontecerá no dia 17 de setembro, das 19h às 21h, com o tema “A pedagogia da peça didática de Bertolt Brecht: pesquisas brasileiras contemporâneas”. Quem discutirá o assunto será Francimara Nogueira Teixeira e Vicente Concílio. Realizado na Sede Roosevelt, o evento é gratuito e aberto ao público.

 

Serviço

Mesa 10: “A pedagogia da peça didática de Bertolt Brecht: pesquisas brasileiras contemporâneas”

Com Francimara Nogueira Teixeira e Vicente Concílio

Quando: Dia 17 de setembro, das 19h às 21h

Onde: SP Escola de Teatro – Sede Roosevelt

Praça Roosevelt, 210 – Consolação

Tel. (11) 3775-8600

Grátis

 

 

Texto: Felipe Del

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