Coordenadores e formadores dos Cursos Regulares e o escritor e pesquisador Lucio Agra debateram, nos dias 10 e 11/2, a “Performance”, em mais um colóquio realizado pela SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.
Agra, que tem publicações como “História da Arte no Século XX: Ideias e Movimentos” e “Monstrutivismo: Reta e Curva das Vanguardas”, é formado em Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e é Mestre e Doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) em São Paulo. Além disso, também desenvolve pesquisas sobre performance no mundo contemporâneo.
Conceitualmente, performance é considerada uma modalidade de manifestação artística interdisciplinar. Para o coordenador do curso de Direção, Rodolfo García Vázquez, a definição vai além disso. “A performance produz um estado em quem assiste, aguça sentidos e não somente reflexão”, diz.
Já o coordenador do curso de Atuação, Francisco Medeiros, considera a performance uma alternativa para que o performer tente abrir suas possibilidade e ações.
No primeiro dia do encontro, nomes como o de Marina Abramovic, Darcy Ribeiro, Eduardo Vieira de Castro e Flávio de Carvalho, entre outros, foram citados. O papel do perfomer foi debatido. “O profissional, normalmente, tem que criar uma situação de risco e chamar a atenção do público”, considera Agra.
O escritor também fez uma analogia entre o Brasil e países vizinhos no que se diz respeito ao uso da performance. “Enquanto em países como Colômbia, Chile e Argentina acontecem Bienais sobre o tema, no Brasil ainda se questiona sua utilização ou não”, comenta.
Durante o debate, sugestões e dúvidas sobre a aplicação do conteúdo nos Cursos Regulares foram abordadas. “Uma possibilidade é desfazermos o modo como tratamos nossa relação com a técnica”, aconselha Agra.
No segundo dia do colóquio, os mais de 50 anos da performance no País foram lembrados e a diferença entre performance e peças teatrais também foi discutida. “No teatro, o público precisa entrar em um lugar, já a noção de arte, na performance, não tem privilégio de localização”, explicita Agra.
Ao citar a função da demonstração, Agra enfatiza: “a palavra-chave, da performance, é demonstração. Ela é anterior e inferior ao ato da representação teatral”.
“O colóquio gerou uma discussão interessante entre os coordenadores e formadores. Foi bem legal”, disse Agra ao fim do encontro.
O próximo colóquio será sexta-feira (18/02) com a participação de Elena Vassina, pesquisadora e professora russa, que abordará a obra do dramaturgo Anton Tchecov.