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A Escola / RETROSPECTIVAS



Apoiando Projetos 2015


Na esfera do Ensino, a Escola deu apoio ao Abraço Cultural, um curso de idiomas ministrado por refugiados de diversos países que vivem em São Paulo. Durante o mês de julho, o programa, que é administrado, em grande parte, por voluntários, usou as salas da sede Marquês de Itu da Escola para suas aulas. Isso se repetirá durante janeiro de 2016, enquanto as aulas de Artes Cênicas ainda não começaram.

O Abraço Cultural ainda virou uma ação de contrapartida para os aprendizes contemplados pela Bolsa-Oportunidade, do Programa Kairós. Na atividade, eles ajudaram a produzir as aulas culturais do curso, entrevistaram refugiados e criaram um espetáculo com base no que viram e ouviram. Em forma de sarau, se apresentaram na última aula cultural do ano.

Os refugiados também tiveram vez quando a Escola abrigou, em sua sede na praça Roosevelt, o evento “Refugiados — Eu me importo”. Sob o tema “Cultura e Refúgio”, a programação teve o objetivo de resgatar e compartilhar a cultura do país de origem dos participantes. O evento contou com oficina de turbante, aula de dança africana e feirinha gastronômica de pratos típicos, entre outras atrações.

Também parceira da Escola com contrapartida da Bolsa-Oportunidade, a Rádio Conexão BR ampliou seus laços com a Instituição. Desde sua estreia, em outubro”, o programa “Antes que eu me esqueça” é gravado no estúdio da SP Escola de Teatro. Sob o comando da sonoplasta Tunica Teixeira e da jornalista Silvia Levy. A atração traz as memórias das apresentadoras e de um convidado, trazendo à tona assuntos importantes da cultura pop nacional. O estúdio serviu também para outros fins, como a gravação da trilha sonora da videoinstalação “Saída de emergência”, por Roberta Estrela D’Alva e Gustavo Sato.

As salas da Escola ainda serviram para outros eventos. A sede Marquês de Itu recebeu o “1º Seminário de Educação e Expressões de Gênero”, motivado pela exclusão da palavra “gênero” do texto do Plano Municipal de Educação. Laerte Coutinho e João Silvério Trevisan foram alguns dos nomes que integraram a programação.

O projeto “Minha mão sabe mais do que eu: Uma imersão de diretores de cena brasileiros” também teve espaço na Instituição. Idealizado por Elisete Jeremias, Rafael Bicudo e Victor Gally, a iniciativa teve quatro mesas de discussão sobre o cotidiano e o ofício dos diretores de cena.

O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos também foi um parceiro frenquente da Escola. Em abril, a sede Roosevelt recebeu uma edição do “ZAP! (Zona Autônoma da Palavra)”, um campeonato de poesia aberto ao público. Nos meses seguintes, o portal da Escola acompanhou a ocupação do grupo no vizinho Teatro de Arena, divulgando sua programação.

Na área das Artes Circenses, além de ter abrigado atrações e oficinas da 4ª Palhaçada Geral, a SP Escola de Teatro firmou uma parceria com o Teatro Alfa e ofereceu um workshop com a companhia francesa Cirque Plume, no espaço que fica em Santo Amaro. Foram oferecidas vagas para aulas de percussão corporal, clown, trapézio e acrobacias.

Entre novembro e dezembro, a Escola ainda foi parceira da 2ª Bienal Internacional de Teatro da Universidade de São Paulo. Além de divulgar o evento, foi um dos espaços a receber espetáculos de sua programação.

Circo 2015


Em 2015, a SP Escola de Teatro deu continuidade ao ensino das Artes Circenses, com as quais começou a flertar em 2014. Após promover, no ano passado, o Seminário de Circo — evento que anunciou o lançamento de Cursos de Extensão de circo —, a Instituição deu continuidade às aulas, sempre sob a coordenação de Lucia Camargo.

Ao todo, doze cursos foram ministrados na Escola, com curadoria de Hugo Possolo, ator, palhaço, diretor e coordenador do Curso Regular de Atuação. Mais de 400 alunos tiveram aulas de diversas áreas do circo: desde a maquiagem de caracterização até técnicas de mímica para comediantes e palhaços.

Dois destes cursos foram ministrados por professores estrangeiros. Vinda da Argentina, Marina Barbera orientou uma oficina sobre arte da palhaçaria. O americano Jango Edwards fez com que cada aluno encontrasse sua simplicidade cômica por meio de jogos variados. Ambos estiveram na Escola como parte da programação da 4ª Palhaçada Geral, evento abraçado pela Instituição.

Após receber quase 1500 inscrições em seus cursos de circo, a SP Escola de Teatro espera, em 2016, poder desenvolver outras ações na área das Artes Circenses para atender a essa demanda tão expressiva do público paulista.

Apresentação 2015


Se a SP Escola de Teatro — Centro de Formação das Artes do Palco ganhou casa nova no último ano, na rua Marquês de Itu, na Vila Buarque, foi este espaço que acolheu a primeira atividade dos aprendizes em 2015, no dia 31 de janeiro. A garagem do local, que dá ares de bastidores e consegue acolher um grande número de pessoas, recebeu a atriz Laura Cardoso.

Em uma aula magna, a veterana falou, é claro, sobre arte e teatro, e aproveitou a oportunidade para relembrar passagens marcantes de sua trajetória artística de mais de 70 anos. No mesmo dia, os aprendizes ingressantes participaram dos já tradicionais rituais do pão e da pintura de azulejos.

No primeiro semestre de 2015, os aprendizes foram divididos nos Módulos Azul e Verde, tendo a urbanista Raquel Rolnik como operadora de seus experimentos. A partir do material “Qual é o seu nome?”, eles desenvolveram criações influenciadas pelos artistas-pedagogos Mike Leigh e o coletivo Rimini Protokoll.

Durante o ano, a Escola deu continuidade a seus oito Cursos Regulares: Atuação, Cenografia e Figurino, Direção, Dramaturgia, Humor, Iluminação, Sonoplastia e Técnicas de Palco.

No dia 1º de agosto, a garagem, novamente, foi o lugar de boas-vindas aos aprendizes ingressantes. A abertura do segundo semestre ficou por conta do ator Gero Camilo, que emocionou a todos com sua simplicidade e falou sobre sua carreira e alguns processos da atuação.

Nesta etapa do ano, os aprendizes integraram os Módulos Amarelo e Vermelho, tendo como operador o filósofo e historiador francês Georges Didi-Huberman e, como material, uma de suas obras: “O que vemos, o que nos olha”. Enquanto o Módulo Amarelo teve o canadense Robert Lepage como artista-pedagogo, no Módulo Vermelho os aprendizes tiveram liberdade para fazer suas próprias escolhas.

Estas foram só algumas das atividades da SP Escola de Teatro em 2015, um ano intenso para a Instituição. Veja, nos próximos textos, outras ações que ocorreram pelas salas e corredores de nossas sedes.

Convidados Especiais


A SP Escola de Teatro se orgulha por poder contar com alguns dos mais conceituados profissionais da área teatral em sua equipe pedagógica. Como a busca por excelência no ensino já é parte da rotina da Instituição e todo contato com outros profissionais pode trazer frutos inéditos e satisfatórios, um sem-número de convidados de várias áreas participou das inúmeras ações da Escola neste ano, muitos deles vindos de outros países, inclusive.

O ano de 2015 começou muito bem, com ninguém menos que a veterana Laura Cardoso. Ela abriu o primeiro semestre em um bate-papo descontraído com os aprendizes na garagem da sede Marquês da Escola. O segundo semestre foi inaugurado pelo não menos nobre Gero Camilo, que até cantou para um público vidrado, que não perdia uma só palavra do ator.

Operadora dos experimentos do primeiro semestre, a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik também deu palestra para os alunos, apresentando suas ideias e pensamentos que colaboraram para as criações dos aprendizes.

De lugares como a Suécia, a Colômbia, a Inglaterra e o México, vieram mestres das Artes Cênicas que participaram do cotidiano da Escola, principalmente por meio dos Cursos de Extensão. Foram recebidos professores como Julio César Serpa, Mia Tornqvist e Janina Rolfart, que lecionaram diversos assuntos, sempre trocando experiências e costumes da arte em seus países de origem.

A polêmica se instalou em uma mesa de discussão sobre Humor, com a confirmação da presença do humorista Rafinha Bastos. O apresentador, que divide opiniões com suas piadas, inicialmente causou furor com os aprendizes da Escola, que, em parte, rejeitavam sua presença. Mas o evento acabou ocorrendo: com o dramaturgo Mario Viana e o ator Domingos Montagner, o papo rolou com a mediação de Raul Barretto e ganhou destaque na 8ª edição da revista A[L]BERTO, editada pela SP Escola de Teatro.

Além disso, o setor de Extensão Cultural fomentou outros momentos de discussão com gente de peso no universo artístico nacional e paulista. Os aprendizes da Escola tiveram a oportunidade de ouvir nomes como Fabiana Bruno, Demian Golovaty, Flavia Guerra e Rubens Rewald. Ainda passaram pela Instituição Monique Gardenberg, Andrea Saturnino, Angelica de Moraes, Vania Toledo e Pascoal da Conceição.

E, em uma mesa de discussão histórica, o coordenador do Curso Regular de Sonoplastia, Raul Teixeira, conseguiu reunir quatro dos maiores sonoplastas do teatro atualmente: Tunica Teixeira, Paulo Herculano, Samuel Kerr e Aline Meyer.

A SP Escola de Teatro espera que 2016 seja um ano ainda mais estrelado por grandes figuras do Teatro, que tanto têm a trocar com seus aprendizes, colaboradores e com o público em geral.

Difundindo Conhecimento


Um dos objetivos da SP Escola de Teatro é compartilhar o conhecimento e, assim, gerar acessos e oportunidades. E não é apenas por meio dos Cursos de Extensão e dos Cursos Regulares que fazemos isso: há uma série de ações paralelas postas em prática pela Instituição.

Em 2015, deu-se continuidade ao Leitura na Praça. Desde 2013, o projeto transforma a Praça Roosevelt em uma biblioteca ao ar livre, colocando uma série de livros ao alcance da comunidade. Na ocasião, o parquinho da praça ganha uma ambientação projetada pelos aprendizes da Escola.

A leitura também ganha vez no Escambo Literário, uma contrapartida da Bolsa-Oportunidade, projeto do Programa Kairós. Como o nome denuncia, a atividade consiste na troca de livros entre aprendizes, colaboradores e comunidade. Duas vezes por semana, um carrinho de mão personalizado (símbolo do projeto) é carregado com livros disponíveis para troca. Este ano, o ponto de encontro foi a Biblioteca Mário de Andrade.

O Kairós promove, ainda, outro projeto em prol da difusão do saber. Comandado pelo diretor e dramaturgo Maurício Paroni de Castro, o Chá e Cadernos ocorreu na biblioteca da Escola, na sede Marquês de Itu. Em encontros com aprendizes, o projeto fomentou a troca de conhecimento fora de um âmbito hierárquico. Era um terreno informal de reflexão, no qual Paroni conduziu conversas sobre o fazer teatral.

Se a Escola preza pela tradição do livro, as vantagens do mundo contemporâneo não ficam de fora. A Instituição vê a internet como uma importante ferramenta para ampliar o compartilhamento de conhecimento. Neste sentido, uma das principais ações da SP Escola de Teatro é a manutenção de seu portal.

Atualizado diariamente não apenas com notícias da Escola, como também da cena teatral brasileira, o endereço virtual traz um conteúdo voltado especialmente para os que amam e procuram mais informações sobre o teatro. O próprio Paroni, por exemplo, mantém algumas seções no site: o Palavra em Cena e o Radioarte, em que trabalha com podcasts, e o Papo com Paroni, que traz artigos com curiosidades e histórias relevantes para qualquer pessoa interessada em arte.

Além de Paroni, outros profissionais do teatro têm espaço garantido no portal. Escrevem, como colunistas nomes como Ivam Cabral, Marici Salomão, Martin Eikmeier, Sergio Zlotnic e Bob Sousa. Eles produzem artigos em que abordam aspectos significativos de seus campos de atuação.

O endereço também conta com um Acervo Digital. Lançado em 2014, ele foi criado para atender à demanda de preservação da memória da dramaturgia brasileira. Este espaço estende as possibilidades de pesquisa e extensão com um acervo totalmente online que reúne teses, artigos e pesquisas de diversos profissionais contemporâneos, além de coleções como Aplauso e Primeiras Obras.

Experimentos


Todos os anos, os aprendizes da SP Escola de Teatro se reúnem em pequenas companhias de teatro e fazem exercícios cênicos, que chamamos de experimentos. É uma forma de instigar os estudantes a descobrir as artes do palco. Durante as criações, a vivência é única e eles são donos de seus próprios processos.

Representantes de todos os Cursos Regulares se reúnem em torno de um projeto comum, formando núcleos. A criação dos núcleos é vista três vezes, durante os Territórios Culturais. Na primeira etapa, vê-se um trabalho mais cru, que vai amadurecendo até a terceira e última apresentação.

Os exercícios cênicos, é claro, acompanham a estruturação do ensino na Escola. Se os Cursos Regulares são divididos em quatro Módulos autônomos e independentes (Verde, Azul, Vermelho e Amarelo), os experimentos trabalham eixos temáticos distintos a cada um destes momentos: narratividade, performatividade, personagem e conflito.

As criações também são norteadas por um operador, que é o modo pelo qual as técnicas e conteúdos são trabalhados; pelos materiais de trabalho, que funcionam como um ponto de partida; e pelo artista-pedagogo, que leva referências para dar início aos estudos no Módulo.

Em 2015, a Escola teve 12 edições do Território Cultural. Cada dia teve apresentações de oito núcleos. Nas últimas mostras de cada Módulo, a Instituição contou com a presença de profissionais do teatro que, após convite, acompanharam as aberturas e escreveram textos relatando suas impressões. Estes convidados foram: Vicente Concilio (Módulo Azul), Edgar Castro (Módulo Verde), Gabriela Mellão (Módulo Amarelo) e Murilo Bomfim (Módulo Vermelho).

A cada Módulo, os aprendizes baseiam seus experimentos em um eixo, um operador, um material e um artista-pedagogo. No primeiro semestre, o material foi a questão “Qual é o seu nome?” e a operadora foi a urbanista Raquel Rolnik. O Azul, que trabalha a performatividade, teve como artista-pedagogo o coletivo Rimini Protokoll. Já o verde, que trabalha personagem e conflito, foi guiado pelas ideias de Mike Leigh.

No segundo semestre, o operador foi o pensador Georges Didi-Huberman e, a partir de uma de suas obras, surgiu o material: “Imagens: o que vemos, o que nos olha”. O tema chegou aos aprendizes por meio de caixas recheadas de imagens e referências para os experimentos. Enquanto o Amarelo tinha como eixo a narratividade e, como artista-pedagogo, o diretor canadense Robert Lepage, no Vermelho os núcleos tiveram liberdade para escolher com quem e como gostariam de trabalhar.

Extensão Cultural 2015


Anualmente, a SP Escola de Teatro atende a 400 aprendizes em seus Cursos Regulares, mas esta não é a única frente da Instituição. Este ano, o setor de Extensão Cultural ofereceu 40 Cursos de Extensão, recebendo mais de 1400 alunos.

O departamento gere os cursos de duração mais curta (64 horas), também gratuitos para o público e implantados sob os mesmos preceitos pedagógicos e artísticos dos Cursos Regulares. A proposta é firmar pontes diretas com criadores e pensadores de outras esferas e mobilizar a população e os artistas amadores e profissionais interessados em aperfeiçoar ou ampliar seus conhecimentos não apenas na área teatral, mas em outras do universo da cultura e da arte.

Os temas abraçavam um extenso campo do saber artístico e cultural: de dramaturgia para televisão a performance, de dança a introdução a cenografia e figurino, de iluminação a atuação em audiovisual, entre muitas outras.

Dez deles, inclusive, foram orientados por artistas estrangeiros vindos de sete países, em uma parceria da Extensão Cultural com o setor de Relações Internacionais da Escola. Alguns exemplos são o colombiano Julio César Peláez Serpa, que ministrou o curso “A Poética do Silêncio”, as suecas Mia Tornqvist e Janina Rolfart, que deram aulas no curso “Monólogo, personagem”, e o inglês Eliot Shrimpton, que falou sobre “Criação cênica coletiva e o nascimento do solo”.

Apesar desse grande volume, o setor não se limita a oferecer cursos. Outra área de atuação da Extensão Cultural são as mesas de discussão, que têm a participação de artistas renomados nos cenários brasileiro e paulista. Em uma conversa sobre a “Leitura da Imagem Fotográfica em Movimento”, por exemplo, participaram a jornalista e crítica de cinema Flavia Guerra, o cineasta Rubens Rewald e o dramaturgo e formador do Curso Regular de Dramaturgia Alessandro Toller.

Depois de tudo isso, a Extensão Cultural já está se preparando para o início de cinco cursos no mês de janeiro, englobando áreas de Crítica, Interpretação, Direção e Prosódia, além de outros cursos em uma parceria com o Teatro Sérgio Cardoso.

Gênero


Além de ter, em seu quadro de funcionários fixos, seis mulheres trans e apoiar eventos da causa LGBTQ, a SP Escola de Teatro discutiu, em 2015, a questão do uso de seus banheiros neste contexto.

Por uma reivindicação dos aprendizes, em maio os sanitários das duas sedes da Instituição (e do Ateliê) se tornaram unissex. O pedido dos aprendizes foi imediatamente reconhecido como legítimo e acredita-se que, apesar de simples, a ação é dotada de poder. A Escola trabalha com o conceito de que seus territórios são livres e indiscriminatórios.

Nesta ação, a SP Escola de Teatro, indiretamente, também se posiciona política e filosoficamente em relação a um outro tipo de constrangimento que a divisão de gênero proporciona.

Em janeiro de 2012, por exemplo, a cartunista Laerte foi impedida de utilizar o banheiro feminino em uma lanchonete. O debate tomou conta da mídia na época. Segundo o artigo 2 da Lei n.º 10.948, de 5 de novembro de 2001, “consideram-se atos atentatórios e discriminatórios dos direitos individuais e coletivos dos cidadãos homossexuais, bissexuais ou transgêneros […] proibir o ingresso ou permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ao público”. Esse imbróglio jurídico-coercitivo nunca ocorrerá na Escola.

Intercâmbios


O ano de 2015 foi marcante para o processo de internacionalização da SP Escola de Teatro. Novos projetos se concretizaram e parcerias institucionais já estabelecidas atingiram o ápice de suas potencialidades.

Logo em janeiro, a aprendiz Teresa da Almeida Prado, do Curso Regular de Atuação, participou de um intercâmbio na Guildhall School of Music and Drama, a tradicional academia de Londres onde já se formaram nomes como Ewan McGregor, Orlando Bloom e Daniel Craig. O Guardian University Guide, ranking feito pelo renomado jornal britânico “The Guardian”, elegeu a Guildhall como instituição especializada número 1 de todo o Reino Unido nos anos de 2013 e 2014. A aprendiz participou de aulas, frequentou seminários e teve a oportunidade de assistir a espetáculos encenados na escola, assim como acompanhar a programação cultural da cidade.

Também participaram da viagem o coordenador do Curso Regular de Atuação, Hugo Possolo, que ministrou seminários em que apresentou o sistema pedagógico da SP Escola de Teatro a alunos e professores da Guildhall, e o diretor financeiro da Escola, Fernando Vieira, que se reuniu com o staff técnico com o intuito de buscar apoiadores para os projetos educacionais e artísticos que ambas as instituições têm intenção de desenvolver conjuntamente.

Partindo de uma compreensão do intercâmbio como uma via de mão dupla, a SP Escola de Teatro recebeu, pela segunda vez, o professor Eliot Shrimpton, docente e diretor de estudos acadêmicos da Guildhall. O artista inglês foi responsável pelo curso de Extensão Cultural “Criação Cênica Coletiva e o Nascimento do Solo”, realizado entre agosto e setembro na Sede Roosevelt.

A parceria entre a SP Escola de Teatro e a Universidade das Artes de Estocolmo também andou a todo vapor. Os aprendizes Carol Rodrigues (Atuação) e Francisco Rafhael Guerra Camelo (Humor) participaram de um workshop de duas semanas na emblemática ilha de Fårö, onde morou (e rodou alguns de seus filmes) o cineasta Ingmar Bergman. A professora dos aprendizes foi ninguém menos que Ariane Mnouchkine, diretora do Théâtre du Soleil e um dos maiores ícones do teatro mundial no século XX e XXI. Depois do workshop, os aprendizes participaram durante dez semanas do curso de Humor na Academia de Artes Dramáticas da universidade sueca. Enquanto isso, em São Paulo, as estudantes suecas Li Molnar Kronlid e Zandra Lolita Zackow frequentaram o Módulo Amarelo na Escola.

As trocas pedagógicas docentes também não ficaram para trás. Entre abril e maio o coordenador do Curso Regular de Direção, Rodolfo García Vázquez, e o responsável pelas Relações Internacionais da Escola, Marcio Aquiles, ministraram um curso na universidade sueca sobre atuação e direção cinematográfica, escrita de roteiros e produção audiovisual independente, tudo aos moldes do sistema pedagógico da SP Escola de Teatro. Durante setembro e outubro, houve uma nova invasão brasileira nas terras geladas de Estocolmo, quando os formadores Alessandro Toller (Dramaturgia) e Francisco Turbiani (Iluminação) ministraram novo curso no departamento de teatro.

Enquanto isso, na SP Escola de Teatro… mais cursos na Extensão Cultural ministrados por professores da universidade sueca, com aulas de Ulrika Malmgren, Matthew Allen, Mia Tönrqvist e Janina Rolfart.

Os intercâmbios na América do Sul também não ficaram de fora. Por meio de um acordo estabelecido com o Ministério da Cultura da Colômbia, a SP Escola de Teatro enviou os aprendizes Pablo Miguel Calazans dos Reis (Direção) e José Cézar Pinheiro Renzi (Técnicas de Palco) para frequentar por um mês a Facultad de Artes ASAB, da Universidad Distrital Francisco José de Caldas. Lá também encontraram o coordenador de Direção Rodolfo García Vázquez, convidado a apresentar um trabalho no Décimo Encuentro de Escuelas de Teatro.

Em contrapartida, os professores colombianos Jaqueline Rojas Cardozo (Figurino) e Julio César Peláez Serpa (Atuação, Direção e Dramaturgia) realizaram durante um mês residências artísticas na Escola.

Por sua vez, em outubro, Marcio Aquiles participou como crítico do Festival Internacional de Buenos Aires, onde também teve reuniões de projetos com professores da Universidade Meiji (Japão), da Universidade Nacional Chungnam (Coreia do Sul) e da Universidade da Nigéria.

Para o próximo ano, além dos vínculos já mantidos pela Escola com as instituições mencionadas, muitas novidades virão, já que novos intercâmbios estão sendo planejados com universidades e teatros da Alemanha, do Chipre e da Argentina.

Prêmios


Em termos de reconhecimento, o ano de 2015 foi rico para os colaboradores e aprendizes da SP Escola de Teatro. No primeiro semestre, o Prêmio Governador do Estado de São Paulo indicou o “Projeto Karamázov”, trilogia do autor russo montada pela Companhia da Memória, que teve temporada de estreia na Instituição. Sergio Roveri, dramaturgo e jornalista que já atuou como artista convidado da Escola, foi indicado por “M – Medeia, Maria e Marilyn”.

Prêmio renomado no teatro de paulistano e carioca, o Shell reconheceu quatro artistas que trabalham ou passaram pela história da Escola. O diretor executivo da Escola, Ivam Cabral, e o coordenador do Curso Regular de Direção, Rodolfo García Vázquez, levaram o prêmio pelo texto “Pessoas perfeitas”. Editora da revista A[L]BERTO, publicação da SP Escola de Teatro, Silvana Garcia foi nomeada como a melhor diretora por “Não vejo Moscou da janela do meu quarto”, que fez residência e temporada na Escola.

Ricardo Severo, que já foi artista residente do Curso Regular de Sonoplastia, recebeu troféu na categoria Música por “Caros Ouvintes”. Em março, “Pessoas perfeitas” também foi reconhecido como o Melhor Espetáculo do Ano de 2014 pela Associação Paulista de Críticos de Arte e como Melhor Dramaturgia no prêmio Aplauso Brasil. Coordenador do Curso Regular de Iluminação, Guilherme Bonfanti também foi reconhecido pelo Aplauso por seu trabalho em “Muro de arrimo”.

Formador do Curso Regular de Dramaturgia, Alessando Toller, levou o Prêmio Bibi Ferreira na categoria Melhor Roteiro Original por “O grande circo místico”, trabalho que desenvolveu ao lado do dramaturgo Newton Moreno. O espetáculo também concorreu nas categorias Musical, Coreografia e Ator Coadjuvante e foi indicado no Prêmio Reverência.

Os aprendizes também fizeram bonito em 2015. Em julho, a egressa Aline Negra Silva, do Curso Regular de Direção, foi premiada na Polônia. Ela dirigiu “A confissão de um masoquista” para o Teatr Fredy, em residência entre 2014 e 2015. O público elegeu o trabalho como a melhor montagem do Festival de Koszalin Jovem Confronto M – Teatro.

Em Minas Gerais, o público da 16ª edição do Festival Cenas Curtas destacou a cena “Sala de espera” como uma das melhores do evento. O trabalho, que surgiu de um experimento da Escola, tem dramaturgia de Marcus Mazieri, sonoplastia de Letícia Moreli e atuação de Daiane Rodrigues, Fabiano Savan e Rivlado Soares. Pela premiação, a cena foi reapresentada no festival Circuito da Cena, em Araxá (MG).

E Pamella Martelli, do Curso Regular de Dramaturgia, foi premiada na 5ª edição do nacional Concurso Jovens Dramaturgos, do Espaço Cultural Escola Sesc. O texto “Entre o corredor e a sala de estar”, que foi um dos projetos que a aprendiz fez para a Escola, entrará em uma publicação e a aprendiz ganhou residência artística com um curso intensivo de dramaturgia.

Processo Seletivo


A cada novo ano, o Processo Seletivo da SP Escola de Teatro desperta mais interesse dos amantes do teatro e, consequentemente, gera grande concorrência pelos Cursos Regulares.

Em 2015 não foi diferente: com inscrições abertas durante menos de um mês (5 a 29 de outubro), o Processo Seletivo recebeu mais de mil inscrições para cerca de 120 vagas em oito cursos. Apenas em Atuação, foram mais de 500 inscritos para 25 vagas. “No teatro, a Escola tem o processo seletivo mais concorrido da América Latina”, diz Ivam Cabral, diretor executivo da Instituição.

O Processo é dividido em dois Momentos: o Primeiro, composto por entrevistas e avaliação escrita, e o Segundo, por procedimentos específicos de aptidão e outras habilidades próprias de cada curso, envolvendo aulas, processos de criação e possíveis novas entrevistas.

Depois de passar por essas árduas etapas, os candidatos souberam o resultado final no dia 19 de dezembro. Como de costume, os aprovados no Processo Seletivo foram recebidos virtualmente com um hotsite especial no portal da Escola.

Os aprovados já realizaram suas inscrições e garantiram suas vagas para o início do ano que vem. Que essa nova turma viva tantos momentos intensos e enriquecedoras quanto as anteriores!

Programa Kairós


O Programa Kairós é responsável pela efetivação de uma das principais características da SP Escola de Teatro, o seu olhar humanista sobre os sujeitos que a integram. Esse cuidado abrange não apenas os aprendizes regulares, mas também os egressos, por meio de ações de acompanhamento da trajetória profissional após formação. Partindo dessa visão, a sociabilidade é articulada sobre vetores educacionais sustentáveis.

O olhar humanista a que se propõe ultrapassa a simples ideia de auxílio financeiro aos mais desfavorecidos economicamente. Uma das propostas é estabelecer articulações entre a arte e a comunidade/sociedade, em processos que buscam uma concepção ampliada de arte com proposições críticas e criativas, ações que aproximem os aprendizes de sua função de artistas/cidadãos. Busca, também, processos colaborativos com outras organizações, na tentativa de diluir fronteiras entre a arte e o contexto da vida cotidiana.

Uma de suas principais ações é a concessão da bolsa-auxílio chamada Bolsa-Oportunidade. Além de conceder este benefício, o Programa Kairós promove ações como elaboração de projetos sociais e/ou culturais, estágio para os aprendizes da Escola, colocação profissional para aprendizes em formação e egressos, intercâmbios culturais – nacionais e internacionais –, e captação de recursos e/ou parcerias junto a órgãos públicos, ONGs, organismos internacionais e empresas privadas.

Entre janeiro e dezembro de 2015, o departamento destinou um total de R$ 732.094,00 para os aprendizes contemplados com a bolsa-oportunidade, sendo R$ 402.434,00 no Edital 01/2015 e R$ 329.660,00 no Edital 02/2015. Ao todo, foram contemplados, recebendo ao menos uma parcela da Bolsa, um total de 276 aprendizes, e 83 aprendizes foram contemplados em ambos os editais.

O benefício da Bolsa-Oportunidade consiste em uma ajuda indispensável para gastos com transporte, alimentação e compra de materiais de muitos aprendizes contemplados, constituindo-se como um fator basilar à formação daqueles em vulnerabilidade socioeconômica e imprescindível ao pleno acesso deles aos bens culturais.

E a geração de acessos à cultura não se limita aos aprendizes: como contrapartida às bolsas-oportunidades, eles devem desenvolver atividades que contribuam com o processo de aprendizado proposto nos Cursos Regulares. Com essas ações, realizadas em consonância com o Departamento Pedagógico, os bolsistas devolvem à sociedade o apoio, e em forma de arte, claro.

Durante o ano, foram realizadas 21 atividades de contrapartidas, cada uma com propostas diferentes, numa grande variedade de proposições: do SP Dramaturgias, projeto de leituras dramáticas, até o Escambo Literário, que incentiva à troca de livros; da monitoria em cursos e projetos à “Ação Cidadã — Abraço Cultural”, que coloca os bolsistas em contato com refugiados.

O Kairós também é responsável por um esforço de compreensão do universo da Escola, dos aprendizes e da comunidade. Assim, em 2015, o departamento desenvolveu uma pesquisa para medir o impacto dos Cursos de Extensão na vida pessoal e profissional dos participantes. As respostas serão colhidas ao longo de 2016 por meio da ferramenta online Survey Monkey.

Alguns números interessantes do setor revelam a importância de sua existência: 27 estágios profissionais oficializados; 9 formalizações de convênios e parceiras com empresas ligadas às artes do espetáculo; 14 oportunidades de trabalho/estágio divulgadas (sendo uma delas, de diretor, exclusiva para aprendizes egressos da SP Escola de Teatro); e 1.522 ingressos doados, totalizando R$ 85.265,00.

Publicações e Lançamentos


Como no último ano, em 2015 a SP Escola de Teatro foi palco de lançamentos e, além disso, algumas publicações passaram por aqui. Logo no início do ano, em fevereiro, o responsável pelas Relações Internacionais da Escola, Marcio Aquiles, lançou seu terceiro livro, “Tipologias ficcionais e linguísticas”, pela editora Giostri. O evento ocorreu no Espaço dos Parlapatões.

O diretor executivo da Escola, Ivam Cabral, também lançou seu primeiro título infantil “Chico só queria ser feliz”. O volume integra a coleção “Caderninhos de Educação Ambiental”, uma série de livros escritos por autores renomados com a intenção de educar de forma lúdica. O livro foi disponibilizado para download gratuito.

Por fim, a revista A[L]BERTO, publicação da SP Escola de Teatro, chegou à sua 8ª edição com lançamento em novembro, durante o festival Satyrianas, no saguão da Instituição. Sob o tema “Humor”, a revista trouxe artigos com reflexões sobre o tema, além da transcrição de uma roda de conversa que reuniu o diretor Fernando Neves, o dramaturgo Mário Viana e o apresentador Rafinha Bastos, sob mediação de Raul Barreto, coordenador do Curso Regular de Humor.

Residências


Diariamente, o teatro se faz na SP Escola de Teatro, onde artistas formam artistas. Mas a Instituição não limita seu olhar apenas para dentro: profissionais e companhias de fora também são bem-vindas para criar trabalhos e apresentar seus espetáculos nas dependências da Instituição.

Foi o caso, por exemplo, do Grupo Pândega de Teatro, que deu sequência à residência que possibilitou a criação da performance “Why the Horse?”, na qual a atriz Maria Alice Vergueiro encena sua própria morte. O coletivo ofereceu workshop para troca de conhecimento com os aprendizes da Escola.

O diretor carioca Lenerson Polonini também fez residência na Instituição para a criação do projeto “2x Foreman”, que mostrou duas peças do americano Richard Foreman, o papa do teatro experimental. O trabalho de Polonini foi a primeira encenação de textos do autor no Brasil.

O trabalho levou à Escola as peças “Badboy Nietzsche”, que mostrava Nietzsche em crise, assombrado por angústias, e “Prostitutas fora de moda”, uma viagem pelo sentido de existência vivida por quatro personagens fora de prumo.

Além destes trabalhos, destaca-se também a performance “Anatomia do Fauno”. Criação de uma disciplina da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, a montagem passou pela SP Escola de Teatro, escalando aprendizes de diversos Cursos Regulares.

A peça aborda como as relações se dão no mundo homoafetivo contemporâneo. No enredo, entram assuntos como o medo da solidão, a monogamia e o uso da tecnologia. Em 2015, foram realizadas duas temporadas na Escola: uma na sede Marquês e outra na sede Roosevelt, sendo que esta integrou a 2ª Bienal de Teatro da USP.

São Paulo é um espetáculo


Ciente das necessidades de divulgação da agenda de teatro alternativo em São Paulo, não apenas das peças apresentadas na Instituição, a SP Escola de Teatro fechou uma parceria com o Catraca Livre, portal de notícias de credibilidade reconhecida e destacado por seu grande número de acessos.

Em setembro, lançamos o SPetáculo, uma página hospedada no Catraca Livre com reportagem e edição assinadas pela SP Escola de Teatro. Junto ao site, também foram lançadas duas ações pelo Facebook: a criação de uma página e de um evento permanente, com a publicação contínua de peças que estão em cartaz em São Paulo.

No SPetáculo, a espaço para a divulgação de peças de teatro alternativo, dança, cursos, editais e workshops do universo das Artes Cênicas. Além disso, no ano de sua estreia, o site foi o responsável pela cobertura oficial do festival Satyrianas, que teve sua 16ª edição em 2015, com suas já tradicionais 78 horas de programação ininterrupta.

Durante seus três primeiros meses de vida, o SPetáculo teve suas páginas vistas por cerca de 480 mil usuários únicos, que navegaram, em média, por 3’53’’ pelas notícias. Entre os tópicos mais lidos estão a abertura das inscrições para o processo seletivo dos Cursos Regulares de 2016, a divulgação do espetáculo “Anatomia do Fauno” (que teve temporadas na SP Escola de Teatro) e a programação completa das Satyrianas.

Pelo Facebook, a página do SPetáculo é seguida por mais de 3800 usuários. Algumas de suas publicações, no entanto, chegam a atingir quase 20 mil pessoas, por meio do compartilhamento de postagens pelos usuários. Isso ocorreu, por exemplo, quando o SPetáculo noticiou o fechamento dos teatros da Praça Roosevelt em um protesto após o Espaço dos Parlapatões ter sido lacrado em uma operação do Programa de Silêncio Urbano.

Em 2016, o SPetáculo continuará noticiando as peças de teatro alternativo e os cursos de Artes Cênicas em São Paulo. Estão ainda previstas pautas especiais e produção de material multimídia, seguindo a tendência dos grandes veículos de comunicação.

Satyrianas 2015


A SP Escola de Teatro — Centro de Formação das Artes do Palco funcionou a todo vapor durante a 16ª edição do festival Satyrianas, que levou mais de 500 atrações à praça Roosevelt. O evento, que durou 78 horas praticamente ininterruptas (de quinta a domingo), teve o apoio da Instituição praticamente em todos os momentos.

No total, a Escola recebeu 112 apresentações, incluindo peças de teatro, performances e leituras dramáticas de textos inéditos. Também funcionou como ponto de encontro para atividades como o “Ouvi Contar”, que levava o público para ver montagens encenadas em casas de moradores da praça, e o “Auto Peças”, com espetáculos encenados dentro de carros.

Cinco salas da sede Roosevelt da Escola foram ocupadas com as atrações. E o local foi ocupado, ainda, de outras maneiras: algumas apresentações chegaram a ocupar a calçada em frente à Escola e, em outra peça, atrizes dançavam em um rapel na fachada do prédio.

O parklet que ocupa o espaço antes destinado a duas vagas para carros também em frente ao edifício teve papel essencial nas Satyrianas: foi palco de performances e promoveu encontros do público com atores, produtores e diretores.

O saguão da SP Escola de Teatro foi o “QG” do Coletivo FotoMix, um grupo de cerca de 40 fotógrafos que registraram as atrações de todo o festival, dentro e fora da SP Escola de Teatro. Ainda na entrada da Escola, recepcionistas recebiam o público e davam informações sobre eventos e horários.

As atrações das Satyrianas também foram transformadas em ações pedagógicas. Enquanto alguns dos aprendizes da Escola se apresentaram no festival, outros tiveram a missão de ver, no mínimo, três apresentações.

A SP Escola de Teatro fica satisfeita em participar intensa e ativamente do festival Satyrianas e, assim, ajudar a promover a cultura e torná-la acessível à população de São Paulo.

SP Dramaturgias


Batizado de SP Dramaturgias, o projeto de leituras dramáticas de textos inéditos de autores contemporâneos promovido pela SP Escola de Teatro já passou dos três anos de histórias. Neste ano, a iniciativa levou ao público sete leituras repletas de provocações e investigações.

Durante todo o ano, a aprendiz egressa do curso de Dramaturgia Cecilia Bilanski foi responsável pela orientação das leituras, sob a batuta de Marici Salomão, coordenadora do Curso Regular de Dramaturgia, e de Alessandro Toller, formador do mesmo programa. O projeto também serve como atividade de contrapartida da Bolsa-Oportunidade, concedida pelo Programa Kairós.

Os trabalhos foram maturados em encontros semanais que mesclaram ensaios práticos para as leituras e encontros para discussão de textos teóricos e peças teatrais. A escolha dos textos é sempre norteada pela preocupação de tratar de assuntos pertinentes aos aprendizes dos Cursos Regulares.

Pamella Martelli abriu o ano com a leitura de “Entre o corredor e a sala de estar”. Inspirado no tema “Espera”, o texto tinha personagens que habitavam uma casa em ruínas. Além de ter sido a estreia do projeto neste ano, a peça também foi premiada no 5º Concurso Jovens Dramaturgos 2015 do Espaço Cultural Escola Sesc e ganhou temporada em São Paulo no segundo semestre.

Reflexo claro dos problemas enfrentados pela sociedade hoje, violência foi o tema que mais apareceu nos textos lidos no SP Dramaturgias. Uma das primeiras peças lidas no ano, “Quem está batendo no chão?”, de Cristina Santos, mostra um conjunto de temas que formam uma atmosfera distópica. Em pauta, a violência, a desesperança e a solidão.

“Bela Vista Baixa”, de Cecilia Bilanski, tocou no tema quando um de seus personagens mergulha no universo da madrugada de um bairro central e marginal e, em suas andanças, comete um ato de violência irreparável. Depois Cecilia, foi Leonardo de Sá que abordou a agressividade ao relembrar um crime histórico que ocorreu nos Estados Unidos, decorrente de um jovem que foi vítima de pena de morte. O relato está registrado em “O Estado contra George em Alcolu”.

Por fim, Daniele Veiga, em seu “Devastação ou Esperar a hora da morte”, abordou a situação-limite estabelecida pela guerra e como o homem se relaciona com este conflito. No enredo, destacava-se o sentimento de não pertencimento diante de um ciclo interminável de violência.

A mulher também foi tema de textos no SP Dramaturgias. Uma das primeiras peças lidas no ano, “Chá das três”, de Ana Carolina de Oliveira, fala sobre o conflito de três mulheres de gerações diferentes, evidenciando a transformação do papel social feminino ao longo do tempo. E, em “Deus Ex Machina”, Mari Costa colocou em pauta o corpo da mulher ao escrever sobre a moça que engravida do novo Messias.

Houve, ainda, a participação de Lucas Moura, que apresentou seu texto “Cidade Azul”. A peça traz um personagem homônimo ao autor. Ele é obcecado pela ideia de ser médico. Lucas abre um blog clandestino de medicina e conhece Flor, uma hipocondríaca. Os dois iniciam uma conturbada relação virtual, em uma cidade tomada por apagões.

SP em números


Cursos Regulares
7 coordenadores;
8 formadores;
32 artistas residentes;
25 Territórios Culturais (encontros realizados aos sábados e abertos à comunidade);
18 Territórios Culturais Expandidos;
37 atividades externas;
11.424 horas/aula para os Cursos Regulares;
395 aprendizes no primeiro semestre e 406 no segundo;
1.614 candidatos inscritos nos Processos Seletivos (Processo Seletivo 02/15 de Vagas Disponíveis e Processo Seletivo 01/16) concorreram a 173 vagas, o que dá uma média de 9,3 candidatos por vaga.

Extensão Cultural
8 Mesas de Discussão (debates abertos à comunidade);
14 convidados para as Mesas;
970 pessoas formaram o público das Mesas;
42 Bate-Papos Online para aproximadamente 700 participantes ativos;
38 cursos de Extensão Cultural;
7 orientadores;
1.368 vagas foram oferecidas nos cursos;
2.432 horas/aula;
6.825 candidatos inscritos;
4 palestras;
176 pessoas formaram o público das palestras.

Programa Kairós
2 Editais da Bolsa-Oportunidade foram publicados;
1.179 parcelas da bolsa, somando R$ 732.094,00 (dados não contam as parcelas pagas em janeiro de 2016);
14 oportunidades de trabalho/estágio divulgadas;
27 estágios profissionais oficializados;
9 formalizações de convênios e parceiras com empresas ligadas às artes do espetáculo;
1.522 ingressos foram doados aos aprendizes e colaboradores da SP Escola de Teatro para apresentações de companhias de teatro brasileiras e internacionais, totalizando R$ 85.265,00;
6 Transgêneros trabalham na Escola, graças a um programa de inserção social desenvolvido pela Instituição.

Intercâmbios
1 aprendiz da Escola foi à Inglaterra (Guildhall);
2 representantes da Escola foram à Inglaterra (Guildhall);
1 representante da Guildhall (Inglaterra) veio à Escola;
2 aprendizes da Escola foram à Suécia (Sada);
4 representantes da Escola foram à Suécia (Sada);
2 aprendizes da Sada (Suécia) vieram à Escola para o Curso Regular de Humor;
4 representantes da Sada (Suécia) vieram à Escola;
2 aprendizes da Escola foram à Colômbia (ASAB);
1 representante da Escola foi à Colômbia (ASAB);
2 representantes da ASAB (Colômbia) vieram à Escola e
1 representante da Escola foi ao Festival Internacional de Buenos Aires (Argentina)

Comunicação
11,2 mil seguidores no Twitter;
56.149 seguidores no Facebook;
3.414 seguidores no Instagram;
404 mil exibições do canal do Youtube;
100 mil acessos ao site/mês;
900 mil visitantes únicos/ano e
1.120.000 visualizações de página do site/ano.

SPetáculo – uma parceria da SP Escola de Teatro com o Catraca Livre
486 mil visitantes únicos;
3’53’’ é o tempo médio de navegação do usuário pelo site;
542 mil visualizações de página;
3.860 seguidores no Facebook e
20 mil pessoas alcançam as publicações no Facebook

Teatropédia
9.847 verbetes;
10 milhões de visualizações de páginas;
43 mil edições e
1.580 usuários registrados.

SP Transvisão III


Uma das primeiras atividades da SP Escola de Teatro em 2015 foi em torno de uma das ideias mais louvadas pela Instituição desde seu início: o respeito e o incentivo à diversidade. A terceira edição do SP Transvisão — Semana da Visibilidade de Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans ocorreu entre 26 e 30 de janeiro, passando pelo dia 29, o Dia Nacional da Visibilidade Trans.

Com programação gratuita nas sedes Roosevelt e Marquês da Escola e no Centro de Referência e Defesa da Diversidade, o evento fomentou o debate acerca da diversidade sexual por meio de mesas de discussão e atividades artísticas. Defensores públicos também estiveram à disposição daqueles que precisaram de orientações sobre a retificação de documentos.

Em 2015, o tema do evento foi “Não me identifico por meu nome de nascimento e também sou cidadã/cidadão como você. Pela aprovação da Lei de Identidade de Gênero já!”.

O SP Transvisão teve os “Cine Debates”, que eram conversas após a exibição de longas. Foram exibidos “Meninos não choram” (Kimberly Pierce, 1999), “Cuba Libre” (Evaldo Mocarzel, 2011) e “Meu amigo Cláudia” (Dácio Pinheiro, 2012).

Três mesas de discussão abriram espaço para os temas “Homens Trans — Da invisibilidade à luta”, “As identidades Ts e as religiões” e “Legalidade do nome social, da Identidade de Gênero e da Retificação de Documentos”.

Durante sua programação, o SP Transvisão teve participações de nomes como a advogada Marcia Rocha, o ator Léo Moreira Sá, a umbandista Brenda Oliver e a antropóloga Regina Facchini, entre outros.

Virada Cultural & Virada Educação


Assim como no ano passado, em 2015 a SP Escola de Teatro participou da Virada Cultural e da Virada Educação. A ideia é que a Instituição se envolva em eventos e projetos que levem cultura e educação à cidade de São Paulo.

No dia 20 de junho, a Virada Cultural levou atrações para vários pontos da capital, sobretudo no Centro. Entre as 19h e as 23h, a Escola teve oito atividades. A programação começou com o Escambo Literário, troca de livros já tradicional na Instituição, e com a ação do Grupo de Massoterapeutas Especiais (Cegos e Baixa Visão), aplicando sessões de 15 minutos cada nos interessados.

Depois disso, foram apresentados os espetáculos “Avental todo sujo de ovo”, “Olhar de neblina”, “Meninos também amam — um poema/manifesto cênico”, “Forma de ver” e “Compêndio de gavetas, bactérias, ursos e corações”. A programação foi encerrada com o show “Renata Peron convida”, em que a cantora e recepcionista da SP Escola de Teatro interagiu com Carolina Gerassi, Patricia Barbosa e Pitter.

Em setembro, foi a vez da Virada Educação ocupar o centro da cidade. No dia 19, nossa sede Roosevelt teve, pela manhã, a oficina “Reconstruindo os papéis de gênero nas histórias”, que questionou como o gênero é tratado nos contos de fadas, narrativas populares, livros, séries e filmes. No final, os participantes construíram uma história mais realista de equilibrada levando a questão em conta.

A programação seguiu com a exibição do longa “A negra de…”, do senegalês Ousmane Sembene, sobre a exploração física e psicológica da mulher negra. A Escola abrigou, ainda, uma roda de conversa sobre o gênero na Educação e a peça “Sonho de uma Noite de Verão”, do projeto Teatrando para Incluir e Conscientizar, que encerrou a Virada.