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Dramaturgia da luz, um conceito operístico

Publicado em: 28/05/2013 |

CAETANO VILELA
Especial para a SP Escola de Teatro

O conceito da luz cênica como dramaturgia se deve ao compositor de óperas alemão Richard Wagner. Ironicamente a luz elétrica ainda não havia sido inventada por Thomas Edison (1879), mas isso não impediu Wagner de mandar apagar todos os candelabros da plateia do seu recém-inaugurado teatro em Bayreuth (1876) para que a elite de amantes da música lírica prestasse atenção ao que estava acontecendo no palco, especialmente construído por ele para receber seus espetáculos operísticos, propagandeado (por ele mesmo) até hoje como Obra de Arte Total (Gesamtkunstwerk).

Seus escritos teóricos, principalmente Opera e drama e Arte e revolução, já apontavam uma preocupação em remodelar não só a mise-en-scène dos espetáculos líricos, mas também toda a arquitetura cênica (palco, fosso de orquestra, plateia, acústica, urdimento, tecnologia de efeitos etc.) e, por sua vez, o comportamento do público, exigindo deste resistência física (ciclos de ópera com mais de quinze horas) e intelectual nunca experimentada antes do século XIX.

O conceito de leitmotiv, outra de suas revoluções, não se limitava à identificação dos “temas” musicais dos personagens ou dos elementos principais dos seus dramas, mas abrangia também a cor e a luz que acompanhavam cada personagem, criando assim o primeiro leitmotiv de iluminação numa partitura de ópera. Com isso possibilita-se a sofisticação dos efeitos de luz antes restritos às rubricas nos libretos como os raios e trovoadas tão frequentemente indicados nas óperas de Rossini e Mozart, por exemplo.

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CAETANO VILELA é encenador e iluminador, diretor da Cia. de Ópera Seca.