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Bibi Ferreira: a despedida da dama do teatro brasileiro

Publicado em: 13/02/2019 |

Foto: Reprodução

Um ícone do teatro brasileiro, intérprete de personagens memoráveis e exímia diretora, a atriz Bibi Ferreira morreu nesta quarta (13), aos 96 anos, no Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada ao jornal Extra pela filha de Bibi, Tina Ferreira. A atriz havia anunciado sua aposentadoria dos palcos em setembro do ano passado devido à idade avançada.

“Bibi é unanimidade. Marcou nosso teatro de forma emblemática dando viva a personagens fortes, contundentes, símbolos da nossa dramaturgia. E foi também professora, diretora e uma atriz apaixonada pelo ofício, exigente com a qualidade dos seus trabalhos”, diz o diretor executivo da SP Escola de Teatro, Ivam Cabral. “Bibi viveu uma carreira excepcional, digna de uma grande dama dos nosso palcos.”

Bibi Ferreira influenciou gerações de artistas e, direta ou indiretamente, esteve ligada à formação do atores e diretores brasileiros. “Sou um privilegiado. Tive aula com Bibi Ferreira, nos anos 1980. No primeiro encontro, enquanto falava com a turma, me olhava com alguma curiosidade. Ao final, me chamou pra dizer q eu parecia com um amor do seu passado. Desde então, sempre q me encontrava me chamava de namorado”, lembra Cabral.

História

Filha do ator, diretor e dramaturgo Procópio Ferreira, Bibi Ferreira é considerada uma das grandes damas do teatro brasileiro. Nascida em 1922, sua carreira começou logo cedo: ainda criança, foi do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, cidade onde nasceu.

“Bibi tinha uma ligação muito forte com o circo. Era de uma família com ligação à arte circense, que tinha circo no interior do Paraná. E ela fazia questão de dizer isso. Quando ia a Curitiba, sempre falava nessas pessoas”, lembra a coordenadora de Extensão Cultural da SP Escola de Teatro, Lucia Camargo, ex-diretora do Teatro Guaíra (PR). “Uma pessoa que mesmo com o estrelato, nunca esqueceu a origem primeira, que foi o circo.”

Ao longo das sete décadas de carreira, participou de montagens marcantes, como a adaptação dos musicais “My Fair Lady”, em 1964, e “O Homem de La Mancha”, em 1972. Também foi diretora de teatro — em 1970, dirigiu a cantora Maria Bethânia em “Brasileiro, Profissão: Esperança” – e atuou na TV e no cinema.

Foi indicada e venceu os principais prêmios de teatro do País várias vezes, como o Troféu APCA e os Prêmios Molière, Shell e Governador do Estado. Seu nome está na mais importante premiação do teatro musical no Brasil, o Prêmio Bibi Ferreira, e em um teatro na Bela Vista, em São Paulo.

Aposentadoria

Quando anunciou sua aposentadoria, após 77 anos de carreira, Bibi Ferreira afirmou ser uma decisão própria, mas que seguia recomendação médica de manter uma vida menos agitada — somente em 2018, Bibi havia sido internada três vezes, por infecções ou para exames.

“Nunca pensei em parar, essa palavra nunca fez parte do meu vocabulário, mas entender a vida é ser inteligente. Fui muito feliz com minha carreira,” afirma a atriz, na nota. “Me orgulho muito de tudo que fiz. Obrigada a todos que de alguma forma estiveram comigo, a todos que me assistiram, a todos que me acompanharam por anos e anos.”




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