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Privado: Ador-Ador

Publicado em: 13/04/2018 |

‘Ador-Ador’. Foto: Raissa Nosralla/Divulgação

Resultado de uma investigação cênica sobre relacionamentos abusivos, “Ador-Ador” é o trabalho inaugural do Coletivo Solto de Teatro. A peça dirigida por Anderson Claudir é baseada no teatro performativo e foi criada a partir de um experimento cênico desenvolvido pelos artistas na mesma instituição de ensino, tendo como ponto de partida o premiado disco “A Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares.

Durante o processo criativo, o coletivo estudou obras feministas como “Sejamos Todos Feministas”, da escritora e ativista nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que serviram para que a dramaturga e dramaturgista Lis Ricci escrevesse o diário de uma mulher sobre seu relacionamento amoroso, com trechos rabiscados e editados pelo seu parceiro.

A partir desse material, o grupo transformou as várias formas de violência sofrida por essa mulher em uma relação heteronormativa em cenas performativas marcadas pela linguagem do Butoh, tradição de teatro-dança japonesa inspirada em estéticas vanguardistas europeias, como Surrealismo e Expressionismo. Com movimentos bruscos e contorcidos, essa forma de arte busca expressar o que o ser humano traz de verdadeiro em sua alma, mesmo que isso seja sórdido, solitário e cheio de trevas, buscando libertar o dançarino das formas de corpo e pensamento.

Em cena, três casais representam as opressões mais comuns em um relacionamento: a criação machista e os papeis sociais impostos para as duas partes do casal; a preparação para o casamento; a falta de voz feminina na relação; as pequenas e grandes decisões feitas por uma das partes; a violência física e sexual; a culpa sempre carregada pela mulher; o amor como uma obrigação; a dependência sentimental e econômica; o sentimento de sufocamento, entre outros.

O coletivo

O Coletivo Solto surgiu na SP Escola de Teatro, em 2016, quando um núcleo de aprendizes desenvolveu o experimento cênico “Talvez Depois”, que funcionou como ponto de partida para a criação de “Ador-Ador”. O exercício tinha como disparador de criação o premiado álbum “A Mulher do Fim do Fim do Mundo”, de Elza Soares, em especial a faixa “Solto”, que inspirou o nome da companhia.

Ficha técnica:
Direção: Anderson Claudir | Dramaturgia: Lis Ricci | Elenco: Ariana Moreira, Ariene Saldanha, Bruna Assis, David Santoza, Peaga Domingues e Robson Alexandre | Projeto de Luz: Natalia Tavares e Olívia Munhoz | Iluminação: Guilherme Soares e Stella Politti | Sonoplastia: Denão | Operadora de som: Yalis Barret Drummond | Cenografia e Figurino: Duda Viana, Natalia Miyashiro e Suellen Souza | Cenotecnia: Rodrigo Loureiro, Lara Gutierrez, Ingrid Oliveira, Kiko | Produção Executiva: Natalia Miyashiro | Assistente de Produção: Hugo Carvalho | Assessoria de imprensa: Agência Fática

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Onde: SP Escola de Teatro, sede Roosevelt, sala R8 (Praça Roosevelt, 210, Consolação)

Quando: De 16 de março a 2 de abril. Sex., sáb., e seg., às 21h; e dom., às 19h

Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada) – à venda na bilheteria do teatro uma hora antes da apresentação

Duração: 60 minutos

Quantidade de lugares: 80 lugares

Classificação: 16 anos